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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Um e-mail inesperado

Um casal decide passar as férias numa praia do Caribe, no mesmo hotel onde passou a lua-de-mel 20 anos antes. Por causa do trabalho, a mulher não pode viajar com o marido. Deixa para ir alguns dias depois. Quando o homem chega a seu quarto do hotel, vê que há um computador com acesso à Internet. Decide então enviar um e-mail à mulher, mas erra uma letra sem perceber e o envia a outro endereço. O e-mail é recebido por uma viúva que acabara de chegar do enterro do marido. Ao conferir seus e-mails, ela desmaia instantaneamente. O filho, ao entrar em casa, encontra a mãe caída perto do computador. Na tela está escrito: “Querida esposa, cheguei bem. Provavelmente você se surpreenda ao receber notícias minhas por e-mail. Mas agora tem computador aqui e podemos enviar mensagens às pessoas queridas. Acabo de chegar e já me certifiquei de que está tudo preparado para você vir na sexta que vem. Tenho muita vontade de te ver, e espero que sua viagem seja tranquila como está sendo a mi...

Papos

— Me disseram... — Disseram-me. — Hein? — O correto é "disseram-me". Não "me disseram". — Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te"? — O quê? — Digo-te que você... — O "te" e o "você" não combinam. — Lhe digo? — Também não. O que você ia me dizer? — Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz? — Partir-te a cara. — Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me. — É para o seu bem. — Dispenso as suas correções. Vê se esquece-me. Falo como bem entender. Mais uma correção e eu... — O quê? — O mato. — Que mato? — Mato-o. Mato-lhe. Mato você. Matar-lhe-ei-te. Ouviu bem? — Eu só estava querendo... — Pois esqueça-o e pára-te. Pronome no lugar certo é elitismo! — Se você prefere falar errado... — Falo como todo mundo fala. O importante é me entenderem. Ou entenderem-me? ...

A Educação pela Pedra

Uma educação pela pedra: por lições; Para aprender da pedra, frequentá-la; Captar sua voz inenfática, impessoal (pela de dicção ela começa as aulas). A lição de moral, sua resistência fria Ao que flui e a fluir, a ser maleada; A de poética, sua carnadura concreta; A de economia, seu adensar-se compacta: Lições da pedra (de fora para dentro, Cartilha muda), para quem soletrá-la. Outra educação pela pedra: no Sertão (de dentro para fora, e pré-didática). No Sertão a pedra não sabe lecionar, E se lecionasse, não ensinaria nada; Lá não se aprende a pedra: lá a pedra, Uma pedra de nascença, entranha a alma. João Cabral de Melo Neto

Igualzinha, igualzinha

Margô voltou de Paris com uma bolsa Vuitton. Contou para as amigas o que passara para  comprar sua bolsa Vuitton. Entrara numa fila enorme em frente à loja Vuitton do Champs Elysées. No frio! Chegara a brigar com uma japonesa ("Ou chinesa, sei lá") que tentara  cortar a sua frente na entrada da loja. Lá dentro, custara a ser atendida. Uma multidão. Mas finalmente conseguira. - E aqui está ela - disse Margô, mostrando a bolsa Vuitton como um troféu. Foi quando aconteceu uma coisa que a Margô jamais esperaria. A Belinha mostrou a sua bolsa e disse: - Igual à minha. 0 0 0 Houve um silêncio constrangido. Depois que se recuperou da surpresa, Margô sorriu e perguntou: - Você também esteve em Paris, querida? - Estive. - Que inferno, a fila da Vuitton, né? - Eu não comprei a bolsa na loja da Vuitton. - Ah, não? Não foi no Champs Elysées? - Foi, mas na outra calçada. - Como? - Estavam vendendo na rua. Por 19. O sorriso da Margô desapareceu. Sua b...