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Mostrando postagens de abril, 2013

Leitura do mundo

                                                 “Tudo fala a seu próprio modo.”                                                          James Joyce. Ulisses Eu leio as rosas e as borboletas. Leio o ódio. O silêncio. Leio o amor. E o desprezo dos homens. O mundo fala. O tempo fala. Eu entendo. Tudo é leitura. Anakin Ribeiro

Errare humanum est

Durante toda a vida foi mau. Aliás, quase toda. Próximo do fim arrependeu-se. A luz é guerreiro invencível. Mas as pessoas continuaram a odiá-lo. Mas ele morreu sem odiá-los. No seu epitáfio, os seus entes queridos (quem conheciam a falha dos que o odiavam) colocaram em latim: “Errar é humano.” Anakin Ribeiro

Faça a diferença

Era uma vez um escritor, que morava numa praia tranqüila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele passeava à beira-mar para se inspirar e, à tarde, colocava-se a escrever. Um dia, enquanto caminhava pela praia, viu a silhueta de alguém que parecia dançar. Quando chegou mais perto, observou um jovem pegando as estrelas-do-mar da areia, uma a uma, jogando-as de volta ao oceano. - Por quê você está fazendo isto? -, perguntou-lhe o escritor. - Você não vê? -, respondeu o jovem. – A maré está baixa e o sol está brilhando. Elas vão secar ao sol e morrer se ficarem aqui na praia. - Mas meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pelas suas areias. Você joga umas poucas de volta ao mar. Que diferença faz? A maioria vai perecer de qualquer maneira… O jovem pegou mais uma estrela na areia, atirando-a de volta ao mar. Depois olhou para o escritor e lhe disse: - Para essa, eu fiz a...

Parábola budista

Há uma famosa parábola budista que narra a história de um homem que estava sendo caçado por um tigre. Em seu desespero, desceu pela beira de um precipício, agarrando-se a um arbusto. Enquanto aquele tigre vinha se aproximando por cima, ele olhou para baixo e viu um outro tigre lá embaixo, só esperando que ele caísse. Para culminar, dois ratos começaram a roer o arbusto. Naquele instante, viu alguns morangos silvestres e, segurando-se por uma das mãos, colheu a fruta e tratou de comê-la. - Hum! Que delícia de morango! – disse, saboreando a fruta e aquele instante de sua vida.

O sapato ferrado e a sandália de veludo

     Naquele mesmo dia, ao terminar o recreio, Dona Nenén nos disse que tinha um apólogo para nos contar. E à hora do exercício de escrita, ditou para toda a classe:      Era uma vez um Sapato Ferrado, era uma vez uma Sandália de Veludo que o destino reuniu, certa manhã, na vitrina de uma sapataria.      Ele, de couro grosso, feio, forte, pesadão. Ela, pequenina, mimosa delicada com bordados de ouro, laçarotes de seda e fivelinha de prata.      A sina dele (via-se logo ao primeiro olhar) não podia ser outra senão andar em pés grosseiros, sobre lama e sobre pedras. Ela (ao primeiro olhar se via) tinha sido feita para viver em palácios, sobre ricos tapetes, nos pezinhos delicados de uma mulher fidalga.      Se não se pareciam no corpo, muito menos na alma. A dele era simples, lisa, complacente, bonachão. A dela, vaidosa, fútil, insaciável e complicada.      Quando...