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Mostrando postagens de outubro, 2013

Do jardim em Copacabana

Outro dia contei aqui a história de uma rua triste em Liverpool, onde alguém colocou um vaso de flores na janela. Em um ano, todos tinham suas casas pintadas e floridas, porque resolveram seguir um bom exemplo. Agora, a versão brasileira: um amigo meu, músico famoso, comprou um apartamento térreo em Copacabana. Transformou o terraço – na parte de trás do apartamento – num jardim. As árvores cresceram, as trepadeiras se espalharam. O condomínio do prédio se reuniu, dizendo que as raízes podiam afetar a estrutura da construção, as trepadeiras iam enferrujar a grade divisora. Depois de dois anos de luta inútil, meu amigo foi obrigado a destruir seu jardim, e cimentar o terraço. O síndico comentou: “na verdade, o problema não eram as raízes, a trepadeira, ou as plantas. Os outros moradores sentiam-se frustrados porque você tinha um jardim, e eles não. Preferem ver uma paisagem cinza da janela, do que um jardim que não é delas.”. E o terraço tornou a ficar cinzento e...

Do treinamento

Os guerreiros ninjas vão para o campo; o milho acabou de ser plantado. Obedecendo ao comando do treinador, pulam por cima dos locais onde as sementes foram colocadas. Todos os dias os guerreiros ninjas voltam para o campo. A semente se transforma em broto, e eles saltam por cima. O broto se transforma em uma pequena planta, e eles saltam por cima. Não se aborrecem. Não acham que é perda de tempo. O milho cresce, e os saltos se tornam cada vez mais altos. Assim – quando a planta está madura – os guerreiros ninjas ainda conseguem saltar sobre ela.   Por quê? Porque conhecem bem seu obstáculo. Mas existe gente que não age assim: quando o problema é pequeno, não dão importância; e quando o problema cresce, sentem-se incapazes de superá-lo. Paulo Coelho