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Mostrando postagens de julho, 2017

Água de palavras

Às vezes desanimo e me sinto inútil portadora de estranha doença de que servem esses poemas água de palavras frutos nascidos de loucas sementes de que me servem se são menos que estrelas cadentes se são volúveis se são voláteis se fogem das mãos como pássaros de renda melhor seria esvaziar as gaiolas com que tento apreender o tempo melhor seria derramar no mar as minhas gavetas tão cheias de fios de noites cerzidas melhor seria arrancar de mim como erva daninha essa linha que me descostura e que me faz prisioneira de miragens. Roseana Murray