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Mostrando postagens de janeiro, 2018

Inútil sou

Por seguir das coisas o compasso, às vezes, quis neste século ativo, pensar, lutar, viver com o que vivo, ser no mundo algum parafuso a mais. Mas, atada ao sonho sedutor, do meu instinto voltei ao escuro poço, pois, como algum inseto preguiçoso e voraz, eu nasci para o amor. Inútil sou, pesada, torpe, lenta, meu corpo, ao sol estendido, se alimenta e só vivo bem no verão, quando a selva cheira e a enroscada serpente dorme em terra calcinada; a fruta se abaixa até minha mão. Alfonsina Storni