Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2021

Policiais paulistanos

Sempre fui fã de romances policiais. Conheço pessoas para quem a leitura só pode ser séria, para quebrar a cabeça. Penso o contrário. Um bom livro também ajuda a relaxar. Até agora fãs de mistérios como eu eram obrigados a deglutir penhascos ingleses ou correrias por Los Angeles e Nova York. Há algum tempo surgiu uma safra de romances policiais cujo cenário é São Paulo, com seus bairros e tipos humanos. O último é Morte nos Búzios, de Reginaldo Prandi. Não nego. Conheço o Reginaldo há uns... puxa, trinta anos! (É nessas horas que vejo como o tempo passa.) Para mim, sempre foi o tipo acabado do intelectual. Professor titular de sociologia da USP, passou anos estudando as religiões afro-brasileiras. Fez teses. Há uns meses, encontrei-me com ele em um evento literário. – Vou lançar um policial! – contou-me. Estranhei. Intelectuais em geral não confessam sequer que leem histórias de detetives. Quanto mais escrever! Assim que saiu, enviou para minha casa. Não nego, sou exigente. Adole...

A piada e o problema

  As pessoas vêm ao homem sábio, reclamando dos mesmos problemas todas as vezes. Um dia ele contou uma piada e todos caíram na gargalhada. Depois de alguns minutos, ele contou a mesma piada e apenas alguns deles sorriram. Quando ele contou a mesma piada pela terceira vez, ninguém riu mais. O sábio sorriu e disse: “Você não pode rir da mesma piada de novo e de novo. Então, por que você está sempre chorando sobre o mesmo problema?” Moral da história: A preocupação não resolverá seus problemas, apenas desperdiçará seu tempo e energia.

Internet

  “Querida Arroba Misteriosa. Sim, aceito casar com você. Será que o nosso será o primeiro casamento a nascer neste chat site? Pode dar matéria em revista.   Engraçado como são as coisas. Meus bisavós namoraram por correspondência. Foi um casamento arranjado pela família, a parte que emigrou e a parte que ficou na Europa. Só se conheceram quando ela chegou no Brasil, de navio, e ele estava no cais, abanando as cartas dela em papel azul. Cheguei a ler uma destas cartas. Eram compridas, formais, o equivalente literário de um vestido abotoado até o pescoço. Um casto vestido azul. Não sei como eram as cartas do meu avô mas tenho certeza que ele tentou desabotoar, metaforicamente, alguns dos botões e até introduzir uma sugestão, um símile, uma alusão que fosse sob o vestido da bisa, sem sucesso. Corresponderam-se durante dois anos sem que aparecesse, nas cartas dela, uma nesga de carne, uma pista de que ela nem sequer soubesse o que era sexo, quanto mais fazê-lo.   ...