Um homem muito rico estava morrendo. Além de rico,
o homem também era um sábio. Riqueza e sabedoria não são comumente encontradas
juntas. Ele tinha um filho ainda menino de uns dez ou onze anos. O homem fez
então um testamento e ordenou que fosse entregue aos anciões daquela cidade.
No testamento o homem declarou: “Tirem de minha
propriedade tudo o que mais gostarem e depois deem a meu filho.”
Logo o homem morreu. Como o testamento era claro e
não apresentava nenhuma dúvida para os cinco anciões, eles dividiram a
propriedade do homem entre eles. Como nenhum dos cinco anciões quis uma inútil
e pequena parte, esta foi dada ao menino.
Entretanto, antes de morrer, o homem rico e sábio
deu ao menino outra carta com a instrução de que deveria ser aberta apenas
quando ele chegasse à maioridade. Quando o menino atingiu esta idade, abriu a
carta que seu pai tinha deixado e leu o seguinte texto: “Os anciões podem ter
interpretado de seu próprio modo, é claro! Entretanto o que eu disse em meu
testamento tem uma outra interpretação, a minha interpretação. Quando você
chegar à maioridade, dê-lhes esta interpretação, Este é o significado do que
escrevi: Tirem tudo o que vocês mais gostarem e então deem tudo isso de que
mais gostaram a meu filho.”
O filho apresentou a carta aos anciões. Eles nunca
haviam concebido tal significado. Por isso, haviam dividido tudo entre eles
mesmos. Então, diante desta nova realidade, tiveram de devolver tudo porque o
significado estava claro. Além disso, o menino estava pronto.
O pai também escreveu na carta: “É bom que os
anciões interpretem do seu próprio jeito, até chegar o momento em que você
possa tomar conta de tudo. Se eu lhe desse tudo diretamente, antes de sua
maioridade, a propriedade seria destruída pelos próprios anciões que tomariam
conta dela conforme a tradição. Assim, deixei-os protegê-la como se fosse deles
até que você estivesse pronto para assumir a direção.”
Eles a tinham protegido, como o velho sabia que
eles fariam, porque era deles.
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