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Mostrando postagens de abril, 2018

Filocalia

A poesia mergulha nos meus olhos, no meu paladar, na audição, olfato, tato. Amamos músicas coloridas e odiamos a voz silenciosa da solidão. E por onde quer que o sonho viaje no coração do cometa, a fome por beleza decifra a linguagem que faz o tolo e o sábio se entenderem. O amor é um labirinto invencível feito de milhões de espelhos cujas entrada e saída se confundem e  onde - extasiado, absorto, cálido e faminto - à espera um corpo belíssimo mostra o enigma da vida. Meus séculos e meus milênios, eu os vivo no inefável carpe diem de um breve regozijo ou de uma dolorosa lição. Todos pintamos telas magníficas que, estáticas, movimentam uma odisseia, mas elas só cantam as guerras que perdemos para a morte. E à medida que admito que sempre desdenhamos a estrela alcançada, eu vivo uma vaidade que tem a beleza de um abismo, apenas para responder  ao tempo que tudo se resume ao desejo de ter o que não tenho. A beleza clama. O ...