Meu tio tinha cara de bandido e era graças a isso que ganhava a vida. Trabalhava para um clube de Brasília que se gabava de fornecer aos sócios diversões inusitadas. Tais como os assaltos simulados, a cargo do meu tio. A coisa funcionava da seguinte maneira. Ao cair da noite ele se dirigia para o estacionamento do clube e ali ficava, meio oculto entre as árvores. Quando um sócio aparecia, meu tio saía de seu esconderijo e, revólver de plástico na mão, gritava: quieto, isto é um assalto. O sócio – tudo previamente combinado – levantaria os braços, mas, meu tio se aproximando, ele lhe daria um golpe no pulso, fazendo o revólver voar; e aí daria um soco na barriga de meu tio, que se curvava gemendo – apenas para...