Cada ano põe no teu rosto
uma nova máscara.
Este alegre, aquele indiferente, o outro triste,
o que há de vir, porventura gesticulante
e ridícula.
Cada ano põe no teu rosto
uma nova máscara, e segue caminho...
Mas o teu eu impassível,
cuja fisionomia apenas os deuses conhecem,
sabe que ele nem sorri, nem chora, nem gestícula.
O teu eu ao ver-se ao espelho
através das janelas
cada vez menos luminosas dos teus olhos,
diz para si mesmo:
“Eis aqui a máscara nova
que a vida me pôs na cara.”
... E pensa noutra coisa.
Muitas das tuas máscaras ficaram
durante muito tempo nas fotografias.
Durarão mais do que merecem.
Mas nenhuma foi em nenhum momento
a expressão exata do teu eu.
Isto te leve a procurar nos homens
a fisionomia interior, a fisionomia escondida.
E poderás dizer um dia:
“esteve aqui um anjo e eu não sabia”.
Amado Nervo
uma nova máscara.
Este alegre, aquele indiferente, o outro triste,
o que há de vir, porventura gesticulante
e ridícula.
Cada ano põe no teu rosto
uma nova máscara, e segue caminho...
Mas o teu eu impassível,
cuja fisionomia apenas os deuses conhecem,
sabe que ele nem sorri, nem chora, nem gestícula.
O teu eu ao ver-se ao espelho
através das janelas
cada vez menos luminosas dos teus olhos,
diz para si mesmo:
“Eis aqui a máscara nova
que a vida me pôs na cara.”
... E pensa noutra coisa.
Muitas das tuas máscaras ficaram
durante muito tempo nas fotografias.
Durarão mais do que merecem.
Mas nenhuma foi em nenhum momento
a expressão exata do teu eu.
Isto te leve a procurar nos homens
a fisionomia interior, a fisionomia escondida.
E poderás dizer um dia:
“esteve aqui um anjo e eu não sabia”.
Amado Nervo
Perfeito, maravilhoso,só a essência é, o resto é ilusão.
ResponderExcluir